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A COPA DE 1930 – 13 DE JULHO A 30 DE JULHO DE 1930

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Ilustração: Logomarca da Copa de 1930.

Com a não inclusão do futebol para as Olimpíadas de 1932 em Los Angeles, a FIFA iniciou a campanha para a realização da primeira Copa do Mundo a se realizar intercaladamente aos Jogos Olímpicos e também a cada quatro anos. O Uruguai foi escolhido como sede no Congresso de Barcelona em 1929. O motivo da escolha foi que a Celeste Olímpica era a atual bicampeã olímpica (por isso o apelido), principal campeonato mundial entre seleções até 1930.

Outro motivo era o fato da primeira Constituição uruguaia estar completando 100 anos naquela ocasião.

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Foto: Obelisco aos Constituintes – Montevidéu, 1830.

Algumas seleções européias como Itália, Alemanha e Espanha recusaram o convite alegando dificuldade de deslocamento de navio para uma viagem tão longa.

A Inglaterra se recusou a participar, uma vez que divergia do profissionalismo que a FIFA apregoava naquela época. Outros motivos: Os ingleses deveriam disputar a Copa somente com atletas ingleses, porém até hoje a Grã-Bretanha compete unida em todas as edições Olímpicas, como aconteceu inclusive nos três títulos olímpicos de futebol que antecederam a Copa e queriam que assim fosse nas Copas do Mundo também.

Outra questão seria o fato dos ingleses, inventores do futebol e primeiros campeões olímpicos da história não terem um bom relacionamento com a FIFA, uma vez que não tomaram parte de sua fundação, entraram como associados apenas no ano seguinte da criação da Federação, mas romperam com a entidade em 1911 e não foram nem cogitados como sede do primeiro Mundial.

Alguns jogadores britânicos favoráveis ao torneio reforçaram a seleção dos Estados Unidos. Foram eles: Jim Brown, Andy Auld, Jimmy Gallagher, Bart McGhee, Alexander Wood (escoceses) e George Moorhouse (inglês).

Os atletas romenos foram convocados pelo Rei Carol, um monarca entusiasta dos esportes que prometeu aos jogadores a manutenção de seus empregos e salários quando retornassem à Romênia. Obcecado por futebol, o rei escalou pessoalmente a seleção romena para a Copa, entregando ao técnico da equipe uma lista com o nomes de todos os jogadores, titulares e reservas, que deveriam viajar ao Uruguai.

Vários jogadores franceses convocados não foram liberados por seus clubes, uma vez que na França já começava o profissionalismo e os times não queriam ficar tanto tempo sem seus atletas. Jules Rimet não desistiu de levar a seleção de seu país ao Uruguai, mas muitos foram impedidos. A ausência mais sentida foi a de Manoel Anatol, considerado o melhor jogador europeu daqueles tempos.

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Foto: Manoel Anatol Aristegi (1903 – 1990), jogador francês tido como grande ausência da Copa de 1930.

No dia 20 de junho de 1930 o navio Conte Verde partiu da cidade de Gênova, na Itália, com a seleção da Romênia a bordo e seguiu pelo continente europeu para apanhar as demais seleções. A primeira parada foi em Villefrenche-Sur-Mer, na França, onde apanhou os jogadores franceses e a delegação da FIFA. A viagem continuou seguindo e o navio Conte Verde apanhou em Barcelona a delegação da Bélgica. Antes de chegar a Montevidéu, o navio fez paradas em Lisboa, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias, Rio de Janeiro, no dia 2 de julho, onde a delegação do Brasil aproveitou a carona rumo ao Uruguai, e Santos onde embarcou o último caroneiro, Araken Patusca, único jogador paulista na seleção brasileira.

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Foto: Embarque de Jules Rimet e a delegação da FIFA rumo a Montevidéu.

A maioria dos árbitros europeus vieram no Conte Verde, entre eles, embarcou em Barcelona o belga Jean Langenus que ainda não sabia, mas entraria para a história em alguns dias ao apitar a primeira final de Copa do Mundo da história.

Durante a viagem, as delegações praticavam exercícios físicos, como a ginástica, no convés do navio, conforme fosse possível, porém, em separados, pois desconfiavam uns dos outros.

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Foto: Treinamento da seleção francesa no convés do Conte Verde.

Rimet, ainda à bordo do Conte Verde elaborou a fórmula de disputa e definiu-se Argentina, Brasil, Uruguai e Estados Unidos como os cabeças de chave. Como ainda não estavam completamente definidos os participantes, foram feitos diversos chaveamentos possíveis. No mais provável deles, dividiram as seleções em quatro grupos, sendo três grupos com três times e um grupo com quatro equipes. Estava praticamente definida a tabela da primeira Copa do Mundo.

Assim como em todos os campeonatos existentes na época, foi estabelecido que o vencedor somaria dois pontos. Em caso de empate, cada equipe somaria um ponto. Em caso de igualdade de pontos, o desempate seria num jogo extra para desempate. Nesse jogo desempate, se ao final do tempo regulamentar o resultado fosse outro empate, haveria uma prorrogação de 15 minutos com dois tempos de 7,5 minutos cada. Se o empate persistisse, mais 15 minutos com dois tempos de 7,5 minutos. Persistindo ainda o empate após 120 minutos, a decisão seria por sorteio.

Nas partidas eliminatórias que terminassem empatadas mesmo após a prorrogação, seria marcado um jogo desempate depois de pelo menos 24 horas. Nesse jogo extra também seguiriam os mesmos moldes para definir o vencedor em caso de sucessivos empates.

O recurso do jogo desempate não precisou ser usado nesta edição, uma vez que os líderes dos grupos foram definidos sem empates na pontuação e nenhum confronto eliminatório terminou empatado.

O Conte Verde chegou ao porto de Montevidéu na tarde do dia 4 de julho, depois de 14 dias de viagem, e foram recepcionados com uma grande festa.

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Foto: Chegada do SS Conte Verde a Montevidéu.

Já os iugoslavos viajaram no Flórida, um transatlântico para viagens de lazer de milionários em férias, e foram os penúltimos a chegar na capital uruguaia, à frente somente da Bolívia que quase não participou devido a revolução no país com o Coronel Júlio Sanjunos assumindo e o presidente Hernán Siles Zuazo se refugiando no Brasil.

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Foto: SS Florida, transporte da seleção iugoslava para a Copa de 1930.

Todos os jogos foram realizados na cidade de Montevidéu. O Estádio Centenário estava sendo construído para o evento, mas como não ficou pronto em tempo, as primeiras partidas seriam jogadas nos estádios de Pocitos e Gran Parque Central.

No sorteio definitivo feito em Montevidéu, dias antes da primeira partida, foram completados os quatro grupos e definido o calendário dos jogos.

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Ilustração: Pôster da Copa de 1930.

No total 13 seleções participaram da primeira Copa do Mundo da história – sete da América do Sul; quatro da Europa e duas da América do Norte.

No protocolo inicial das partidas os capitães entregavam ramalhetes de flores para jovens mulheres escolhidas entre o público antes do sorteio da bola e do campo.

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Foto: Protocolo das flores antes das partidas da Copa de 1930.

O Francês Lucien Laurent marcou o primeiro gol da história das Copas ao abrir o marcador na partida inaugural contra o México embaixo de neve. Foi também o primeiro gol da história europeia numa Copa do Mundo. Curiosidade foi que essa confirmação na cronometragem, já que o jogo Estados Unidos x Bélgica acontecia simultaneamente, somente foi oficializada em 1970, quando Laurent estava com 63 anos de idade.

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Foto: Lucien Laurent (1907 – 2005), atleta francês autor do primeiro gol da história das Copas.

No mesmo jogo o México marcou o primeiro gol nas Copas de uma seleção da América do Norte, com Juán Carreño.

No dia seguinte, o brasileiro Preguinho marcou o primeiro gol nas Copas de uma seleção sul-americana.

Na estréia da Bolívia contra a Iugoslávia, os bolivianos entraram com letras estampadas na camisa para saudar os anfitriões. Quando os atletas estavam alinhados para o hino e fotos, lia-se: “VIVA URUGUAY”. Numa das partidas, um jogador passou mal no vestiário e entrou tardiamente em campo. Durante o hino e a foto oficial faltava uma letra U e a gafe foi a frase: VIVA URUGAY”.

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Foto: A primeira grande gafe da história das Copas.

Muitos fotógrafos e a imprensa local, além de alguns periódicos do resto do mundo registraram o evento, mas vale ressaltar que o cinema já existia há 40 anos, porém não houve uma iniciativa da FIFA e nem do comitê organizador liderado pelo embaixador Enrique Buero em registrar e preservar filmes da época. Mas houve uma iniciativa particular de Max Glücksmann. Empresário judeu, nascido na Áustria e residente na Argentina, foi pioneiro na indústria fonográfica e fotográfica na América do Sul. Fundador da Discos Glücksmann, vinculada à Odeon Records. Entusiasmado com aquele torneio que nascia, foi ao Uruguai e filmou tudo o que pôde. Das construções do Estádio Centenário à festa dos uruguaios pela conquista do título, passando por registros em película de vários trechos de jogos importantes, totalizando mais de 90 minutos de imagens.

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Foto: Max Glücksmann (1875 – 1946), autor do primeiro filme considerado oficial das Copas.

Glücksmann levou o filme mudo para a Argentina e por décadas de mau armazenamento, acabou se deteriorando. 53 anos após a morte de Glücksmann a versão original, quase irremediavelmente danificada pelo tempo, foi encontrada numa Cinemateca Uruguaia. A FIFA então comprou a cópia, restaurou o que pôde (12 minutos) e tornou oficial aquele pioneiro trabalho de Max Glücksmann, sendo lançado posteriormente em DVD juntamente com algumas poucas imagens recuperadas dos 4 primeiros Mundiais.

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Foto: Capa do filme oficial das 4 primeiras Copas.

Outra grande febre dos Mundiais atuais é possuir publicações que sejam guias do público para acompanhar as competições, Guias de periódicos especializados, livros ilustrados, álbuns de cromos são a grande curtição de pais e filhos, netos e avós há muito tempo. Mas nas primeiras Copas não foi bem assim. A primeira publicação do gênero surgiu apenas na Copa de 1950, mas de pouca qualidade, uma vez que as fotos dos jogadores vinham no verso da embalagem que embrulhava uma bala que patrocinava o evento. Assim um grupo de historiadores trabalhou 9 anos para criar um livro ilustrado digno das Copas para cada um dos 4 primeiros Mundiais. O feito coube a Heriberto Machado, Rogério Michailev, Luís Evaristo e Armando Kolbe Júnior que fizeram um trabalho de garimpo, pesquisa e edição. Os obstáculos para cumprir a missão de reunir as figurinhas de todos os atletas inscritos nos três primeiros Mundiais de futebol ultrapassaram continentes. Os maiores desafios foram conseguir fotos dos jogadores que, por exemplo, defenderam a Romênia na Copa de 30, o Egito em 34 ou a seleção das Índias Holandesas (a atual Indonésia) no Mundial de 38.

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Ilustração: Livro ilustrado da Copa de 1930.

Ainda não eram permitidas substituições. Se um atleta se contundisse a ponto de não ter mais condições físicas de permanecer em campo, a equipe ficaria com um jogador a menos. Isso aconteceu pela primeira vez em Copas com o lendário goleiro francês Alex Thépot, que na partida inaugural contra o México, a mesma em que Lucien fez seu gol histórico, saiu lesionado ainda no primeiro tempo. O meia Augustin Chantrel assumiu o gol e a França terminou a partida com dez jogadores. A partida foi vencida pelos franceses por 4×1 e o gol do mexicano Juán Carreño foi sofrido por Chantrel. Mesmo sem estar 100% recuperado, Thépot jogou os outros dois compromissos da França na primeira fase. Na derrota para a Argentina por 1×0 praticamente fechou o gol com grandes defesas, mas não impediu um gol argentino quase no final da partida. Também por 1×0 foi a derrota para o Chile, quando Carlos Vidal cobrou e Thépot efetuou a primeira defesa em uma cobrança de pênaltis na história dos Mundiais, quando o jogo ainda estava 0x0. Com esse retrospecto, a França não conseguiu se classificar para a fase seguinte, mas Alex Thépot foi eleito o melhor goleiro do torneio, tendo sido vazado em apenas duas oportunidades.

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Foto: O lendário goleiro francês Alexis Thépot (1906 – 1989).

Já a primeira saída de campo por lesão grave, aconteceu com o romeno Adalbert Steiner, que fraturou a perna na vitória de sua seleção sobre o Peru pelo placar de 3×1 e assim estava fora da Copa.

O mexicano Manuel Rosas marcou o primeiro gol contra da história dos Mundiais a favor do Chile. Esse foi o único gol contra marcado na Copa de 1930.

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Manuel Rosas Sánchez (1912 – 1989), mexicano responsável pelo primeiro gol de pênalti e pelo primeiro gol contra da história das Copas.

O mesmo Manuel Rosas foi o primeiro jogador da história a marcar um gol de pênalti em Copas, na partida em que o México foi derrotado pela Argentina por 6×3.

A curiosidade é que a marca de pênalti ainda não existia. A regra da penalidade máxima nasceu em 1891. Antes disso as faltas próximas ao gol eram cobradas de forma indireta do ponto onde aconteciam, como uma falta qualquer. Naquela época ainda nem existia a grande área que foi criada a partir da nova regra idealizada pelo goleiro irlandês William McCrum, que atuava no Milford FC, da Irlanda, com intenção de prevenir as ações deliberadas que pudessem impedir as chances de gol mais claras. Para ele as infrações próximas da meta cobradas indiretamente eram relativamente fáceis de defender e beneficiavam o infrator. Em 1890 McCrum, então, enviou para a International Board a sua proposta de um “tiro direto a 12 jardas da linha do gol”. Em 1892 a grande área surgiu para delimitar a região onde a penalidade máxima seria marcada e essas eram então cobradas a 11 metros do gol, sem barreira, num ponto mais próximo de onde ocorreu a infração com todos os jogadores, exceto o goleiro posicionados atrás da linha da bola. Inicialmente, a idéia do pênalti não foi bem recebida pelos praticantes de futebol no Reino Unido. A cobrança era considerada falta de cavalheirismo, diante do pressuposto de que todo mundo dentro de campo deveria manter a honradez e a honestidade. Até que na Copa da The FA um lance polêmico mudou a história: Notts County e Stoke City se enfrentavam pelas quartas de final do torneio. O Notts vencia por 1×0. No último lance da partida, o Stoke atacava e após a última finalização a bola ía entrando, quando um jogador adversário interceptou-a com a mão quase em cima da linha. A infração acabou punida apenas com um tiro livre indireto cobrado da linha da pequena área, que acabou não se convertendo em gol. O Notts County venceu e avançou na competição, acabando a temporada como vice-campeão perdendo para o Blackburn Rovers na final. Diante da comoção após o lance, a International Board cedeu. A entidade introduziu a regra do pênalti na temporada seguinte e a primeira cobrança aconteceu em 22 de agosto de 1891, anotada por Alex McCall, do Renton. Ainda assim, alguns times preferiam desperdiçá-lo, resistindo contra a falta de cavalheirismo. Hoje em dia, no entanto, a desonra se dá na maneira como muitos atletas simulam falta para cavarem os seus pênaltis. As injustiças contra o Stoke City não pararam por aí e ainda permitiram outra inovação importante ao futebol em novembro de 1891: os acréscimos. Em um duelo contra o Aston Villa, o árbitro anotou a penalidade a favor dos alvirrubros quando perdiam por 1×0, mas o goleiro Albert Hinchley isolou a bola para fora do estádio. Como naqueles tempos não havia bola reserva e diante da demora para recuperar a redonda, o tempo acabou e o Stoke acabou derrotado, sem poder cobrar o penal. Assim, ao final da temporada, foi instituído o tempo extra para permitir, em caso de pênalti anotado no fim, que o jogo fosse encerrado somente após a cobrança se o tempo expirasse. A partir de 1904 a posição do pênalti foi definida como é hoje em dia, mas o árbitro deveria das as passadas de 11 metros a partir do centro do gol sobre a linha de fundo e determinar onde a bola ficaria. A marca de pênalti pintada no chão nasceu apenas em 1936, quase junto com a meia lua e apenas apareceriam desenhados num gramado de Copa em 1938, na França.

Coincidência ou não, a inauguração do estádio Centenário se deu no dia do centenário da Constituição do Uruguai e da estréia da seleção uruguaia que venceu a seleção peruana por 1×0. O primeiro gol do estádio foi marcado por Héctor Castro, El Manco. Chamado ainda de Divino Manco, assim apelidado desde a infância, por não ter a mão direita. Perdida aos 13 anos num acidente com serra elétrica, quando trabalhava como carpinteiro.

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Foto: Placa na fachada do Estádio Centenário de Montevidéu.

Nesta data, a bilheteria do estádio foi assaltada e boa parte da primeira arrecadação da história do Estádio Centenário foi levada. O amadorismo não se restringia às quatro linhas. Segurança zero.

Metade da população da capital uruguaia estava no Estádio Centenário e viram o Uruguai ter dificuldade pra superar os peruanos.

Os argentinos também tiveram dificuldades, menos com os adversários do que com a torcida uruguaia, que não tratou cordialmente os seus vizinhos, o que valeu uma nota de protesto da Asociación Amateurs Argentina de Football (AAAF), precursora da AFA (Asociación Del Fútbol Argentino), cujo presidente Juán Pigner foi pedir explicações que foram prontamente respondidas pelos dirigentes uruguaios.

No dia 15 de julho Gilberto de Almeida Rego era o primeiro árbitro brasileiro a apitar uma partida de Copa do Mundo. Ele também entrou pra história como auxiliar (bandeira) na partida inaugural entre França x México dois dias antes e estreava apitando um confronto muito duro entre Argentina x França. Alex Thépot embora ainda não recuperado fez uma grande exibição, parando o ataque argentino. Quando parecia que o resultado seria 0x0, Luis Monti fez o primeiro gol argentino da história das Copas. Logo em seguida Rego apitou o fim da partida aos 39 minutos do segundo tempo. A decisão polêmica gerou muitos protestos quando já no vestiário o juiz chamou as equipes para voltarem a campo para jogar os 6 minutos restantes, se desculpando pelo equívoco. Assim foi feito, mas o resultado da partida não se alterou.

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Foto: Gilberto de Almeida Rego (1881 – 1961) , primeiro árbitro brasileiro em Copas do Mundo.

Bolívia e Bélgica foram as únicas seleções a não marcarem gols.

O estadosunidense Bert Patenaude foi o primeiro a marcar três gols em uma única partida de Copa, hat trick feito na vitória dos EUA sobre o Paraguai por 3×0.

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Foto: Joseph Arthur Bertrand Albert Patenaude (1909 – 1974), atleta americano autor do primeiro hat trick da história das copas.

Ainda nesta edição o feito de Patenaude foi igualado dois dias depois por Guillermo Stábile que marcou três vezes na vitória da Argentina sobre o México por 6×3. Ao final da Copa, essa partida se tornou o primeiro maior placar da história das Copas.

Na semifinal, mais um hat trick. O uruguaio Pedro Cea marcou metade dos seis gols da celeste contra a Iugoslávia.

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José Pedro Cea (1900 – 1970), um dos atletas uruguaios a estar presente nas 3 primeiras grandes conquistas da Celeste.

Tão curioso como inimaginável nos dias de hoje foi o fato de Stábile herdar a posição de outro jogador argentino, o atacante Manuel Ferreira estreou contra a França, mas pediu dispensa do segundo compromisso contra o México para retornar à Argentina porque tinha prova na faculdade. Stábile marcou três dos seis gols argentinos no jogo, ficou no time e foi artilheiro da Copa. Depois disso, Ferreira voltou ao time, mas na reserva e em outra posição.

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Foto: Guillermo Stábile (1905 – 1966), atleta argentino artilheiro da primeira Copa com 8 gols.

Já com Stábile efetivado titular, a Argentina decidiu a vaga do grupo A contra o Chile, num jogo muito disputado, cada dividida de bola ou marcação do juiz belga Jean Langenus era motivo para uma briga ou discussão, com direito a uma batalha campal no fim da partida, onde surpreendentemente ninguém foi punido.

Avançaram então quatro equipes para o sorteio das semifinais. Os líderes dos quatro grupos, respectivamente: Argentina, Iugoslávia, Uruguai e Estados Unidos. Os cruzamentos após a primeira fase ainda não eram predefinidos e o Brasil foi o único cabeça de chave que não confirmou liderança, sendo superado pelos iugoslavos.

Havia 33% de chances da tão sonhada decisão entre Uruguai e Argentina ocorrer nas semifinais. Era um risco enorme, tanto para o sucesso do evento, quanto para a segurança de um jogo com tanta rivalidade acontecer nesse momento. As bolinhas foram numeradas da seguinte forma: 1 para a Argentina; 2 para os Estados Unidos; 3 para o Uruguai; 4 para a Iugoslávia, por ordem alfabética (Argentina, United States, Uruguay, Yugoslavia – em inglês). Jules Rimet, que presidia a cerimônia, convidou um jornalista presente para sortear a primeira bolinha, que foi a número 1, da Argentina. A tensão era enorme. Sob intensa expectativa, outro jornalista tirou a bolinha número 2, dos Estados Unidos e todos respiraram aliviados. Esse sorteio também definiu a ordem dos jogos: Argentina x Estados Unidos seria no sábado, 26/07 e Uruguai x Iugoslávia, no domingo, 27/07. Em caso de empate, os critérios seriam os mesmos das partidas anteriores.

Coube aos uruguaios, após o sorteio, enfrentarem os iugoslavos, algozes do Brasil e aos argentinos enfrentarem os americanos que eram a surpresa da competição. Uma guerra foi travada nos jornais entre a imprensa argentina e uruguaia para afirmar quem era o melhor time e qual adversário era mais complicado. Cada país inclinando-se com clareza para os seus compatriotas.

As duas partidas semifinais (Argentina x EUA e Uruguai x Iugoslávia) terminaram com o placar de 6×1, sendo as primeiras maiores goleadas da história das Copas.

No sábado, os norte-americanos suportaram razoavelmente bem a pressão argentina no Centenário até os 19 minutos do primeiro tempo, quando o centromédio Ralph Tracey fraturou a perna e teve que deixar a equipe com 10 jogadores. Luís Monti abriu o placar logo no minuto seguinte. Aos 15 minutos do segundo tempo, foi a vez do goleiro Jimmy Douglas se lesionar, deslocando o ombro e ficando em campo no sacrifício. Praticamente com dois homens a mais e com o adversário sem um goleiro em plena forma, a Argentina não teve dificuldades para atropelar e anotar mais cinco gols em sequência. Quando os americanos perdiam por 3×0, o médio esquerdo Andy Auld sofreu uma falta que rendeu um profundo corte no lábio inferior. O técnico Bob Millar, que também era médico da equipe, pegou a maleta de medicamentos e correu para o campo. Ao protestar com o árbitro belga Jean Langenus, derrubou a maleta e vários frascos de remédio se quebraram, inclusive a garrafa de clorofórmio, que vazou no gramado. Ao inalar o líquido entorpecente, Millar acabou desmaiando e teve que ser carregado para fora do gramado por seus jogadores. Auld acabou se recuperando sozinho, sem qualquer atendimento e a Argentina avançou para a final.

No domingo o maior público daquela Copa (quase 80 mil espectadores) compareceram ao Centenário para confirmar o favoritismo do Uruguai. Mas a Iugoslávia começou jogando melhor. Com apenas 4 minutos jogados, Djordje Vujadinović já havia aberto o placar para os europeus. Aos 9 minutos, outro gol marcado pelos iugoslavos. Seria o 2×0, mas o gol foi anulado pelo árbitro brasileiro Gilberto de Almeida Rêgo, sob protesto dos europeus. A partir dali, os uruguaios tomaram as rédeas da partida, exploraram muito bem as jogadas pelas pontas e foram emplacando gols. Pedro Cea empatou e Juán Anselmo virou o placar para os anfitriões. Os iugoslavos reclamaram que Anselmo estava impedido ao anotar também o terceiro gol uruguaio. No segundo tempo, Santos Iriarte marcou o quarto aos 16. Nova reclamação dos adversários, afirmando que a bola havia passado totalmente a linha de fundo antes do cruzamento que resultou no gol. O árbitro brasileiro se justificaria depois, dizendo que teve sua visão obstruída por um policial uruguaio, que estava postado sobre a linha. Pedro Cea completou o seu hat trick com mais dois gols. Com o mesmo placar do dia anterior, a final ideal estava dentro do esperado pelos organizadores. Uruguai enfrentaria a arquirrival Argentina na decisão da primeira Copa do Mundo da história.

Não era estipulado um número exato de atletas a serem escritos. Assim, o Brasil foi o time que mais inscreveu atletas (24), enquanto que Estados Unidos, França e Bélgica inscreveram apenas 16 atletas.

Não se usavam ainda numerações nas camisas. Os números aqui usados na lista de jogadores da tabela em anexo são baseados na seqüência listada pela FIFA em seu site. Essas numerações não representam necessariamente as posições dos atletas em campo.

Não havia ainda advertência com cartões, mas o peruano Plácido Galindo foi o primeiro jogador excluído de uma partida, no jogo contra o Uruguai.

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Foto: Plácido Galindo pardo (1906 – 1988), atleta peruano que protagonizou a primeira expulsão da história das Copas.

A tabela original da Copa não previa a disputa do terceiro lugar, mas o comitê organizador sugeriu a idéia. Porém, ainda irritados, os iugoslavos se recusaram a enfrentar os Estados Unidos, por protesto contra a atuação do árbitro brasileiro, que eles consideraram excessivamente parcial.

Como não houve uma partida para decidir o 3º e 4º colocados, respectivamente EUA e Iugoslávia foram aclamados devido suas campanhas na fase de grupos.

Alguns artigos, porém apontam que a Iugoslávia dividiu essa colocação com os Estados Unidos. Mas na maior parte das outras publicações os americanos aparecem sozinhos em terceiro lugar, com base no critério não oficial de saldo de gols.

Algumas fontes, como um boletim da FIFA de 1984, afirmam que houve, sim, uma partida pelo 3º lugar, vencida por 3×1 pela Iugoslávia. Essa informação nunca foi oficialmente confirmada.

Na final, os argentinos procuravam uma desforra diante dos uruguaios, pois haviam perdido a medalha de ouro para eles nos Jogos Olímpicos de 1928, na Holanda. Pela proximidade entre os dois países, 30 mil torcedores argentinos compareceram em peso. A decisão de 1928 ainda estava viva na memória dos torcedores argentinos e uruguaios. Essa seria a revanche para os argentinos ou a confirmação da superioridade uruguaia.

A final rendeu diversos incidentes diplomáticos entre as duas nações. Cerca de 50 pessoas apedrejaram a embaixada do Uruguai na Argentina. A AAAF rompeu com a AUF (Asociación Uruguaya de Football) depois da final. Cerca de 3.000 argentinos que seguiam para Montevidéu ficaram presos em um nevoeiro no rio da Prata e não conseguiram chegar em tempo ao Uruguai. Muitos que conseguiram passar nas embarcações acabaram presos propriamente dito, na Alfândega, tentando entrar no país portando armas. Na Argentina, a população foi para a porta dos jornais e para as praças acompanhar os lances do jogo que chegavam pelo telégrafo e eram anunciados por alto-falantes. O comércio foi quase que totalmente fechado nos dois países.

A decisão é recheada de boas histórias. Tendo atuado como bandeirinha em duas partidas, inclusive no primeiro jogo da Copa entre México x França e como árbitro central em três jogos, inclusive na semifinal entre Uruguai x Iugoslávia, caberia ao brasileiro Guilherme de Almeida Rego apitar a primeira final de Copa da história. Preferido de Rimet, ele recusou a oferta, pois tinha “deveres imperiosos que o chamavam de volta ao Brasil”.

Entre os árbitros convidados estava ainda o boliviano Ulises Saucedo que também se dividia na função de treinador da seleção boliviana. Saucedo entrou para a história porque além de técnico e juiz, no jogo Argentina x México, o mesmo em que Ferreira não pôde atuar, e bandeirinha em outras quatro partidas antes da final, com a recusa do brasileiro Guilherme Rego em apitar a decisão, Jean Langenus que apitou a outra semifinal entre Uruguai e Iugoslávia assumiu o apito e Saucedo foi um dos bandeirinhas da decisão, sendo o primeiro e único boliviano presente em uma final de Copa do Mundo até hoje.

Além de Saucedo, outro treinador acumulava a função de árbitro. O romeno Constantin Radulesco dividia as atividades de técnico da Romênia com seu compatriota Gustáv Luchide e também foi árbitro auxiliar em duas partidas na primeira fase.

Algumas seleções costumavam ter uma dupla de treinadores em sua delegação. Além da Romênia, em 1930, o Peru era treinado pelo espanhol Francisco Bru e pelo peruano Guillermo Riveros e a seleção argentina era treinada pelos também argentinos Francisco Olazar e Juán José Tramutola, que aos 27 anos era o mais novo técnico em uma Copa até os dias de hoje.

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Foto: Jean Langenus (1891 – 1952), árbitro belga que apitou a final da primeira Copa do Mundo.

Jean Langenus, sabendo que Gilberto Rego seria o árbitro da final e achando que seu trabalho estava encerrado nas semifinais, resolveu esticar o turismo e viajou para Buenos Aires para ficar distante do centro do tumulto que certamente seria aquela decisão entre rivais. Com a desistência de Rego, Langenus foi então chamado de volta ao Uruguai para apitar a decisão, mas em princípio recusou assim como Gilberto Rego. Fato inimaginável hoje. Apitar uma final de Copa seria uma honra, mas o receio daquela rivalidade naqueles tempos falava muito mais alto. Então para convencer Langenus a deixar a capital portenha, os dirigentes da FIFA cumpriram três exigências: Um seguro de vida para o árbitro belga e seus assistentes (o boliviano Ulises Saucedo e o também belga Christophe Henry); o navio Duílio, que partiria às 15h00 para a Europa, deveria atrasar sua desancoragem para as 17h00 para dar tempo de terminar o jogo e os árbitros belgas embarcarem de volta para casa; e uma escolta policial para os dois árbitros belgas até o porto imediatamente após o jogo. Exigências aceitas, Langenus tomou uma embarcação para retornar a Montevidéu e viajou com uma superlotação de argentinos que tentavam ir assistir o jogo e muitos incidentes disciplinares aconteceram a bordo durante o trajeto, inclusive a apreensão de armas de fogo na Alfândega.

Durante a partida, num clima bastante hostil, ao final do primeiro tempo um rojão estourou na arquibancada e Jean Langenus assustado com o estampido, quase desistiu de continuar a partida, achando que pudesse ser um disparo de arma de fogo.

As partidas decisivas de Uruguai e Argentina tanto na primeira fase, como nas semifinais foram sempre apitadas ou pelo brasileiro Gilberto de Almeida Rego ou pelo belga Jean Langenus.

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Foto: Momentos antes do início da grande primeira final de Copa.

Duas bolas foram utilizadas nas partidas. Ambas de 12 gomos. A Argentina fazia questão de utilizar a Tiento em seus jogos, bola essa de fabricação argentina e oficialmente usada na maioria dos confrontos. O clima de rivalidade entre argentinos e uruguaios era tamanho, que nas partidas do Uruguai era usada a T-Model, de fabricação uruguaia. As bolas eram fabricadas pela mesma empresa e tinham características muito semelhantes, embora apresentassem algumas distinções quase imperceptíveis no desenho dos gomos, no diâmetro e no peso, por exemplo. Eram bolas pesadas, tinham um cadarço de tiras de couro para selar a câmara de ar que a deixava instável e machucava quando jogadores cabeceavam, absorviam muita água em partidas na chuva e ganhavam quase o dobro de peso quando encharcavam.

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Foto: Tiernto, a bola favorita dos argentinos.

Na final, o impasse: 30 minutos de atraso até decidirem qual bola usar. Coube ao árbitro Langenus fazer um sorteio, decidindo que no primeiro tempo utilizariam a Tiento e assim a Argentina venceu os primeiros 45 minutos por 2×1. No segundo tempo entrou a T-Model e o Uruguai ganhou por 3×0.

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Foto: T-Model, a bola favorita dos uruguaios.

Com a soma dos resultados por 4×2, o Uruguai sagrou-se o primeiro campeão mundial de futebol na história e largou na frente na corrida pela posse definitiva do Troféu da Copa do Mundo.

Os argentinos alegaram que no gol do título Héctor Castro em vez da cabeça teria feito o gol com a mão direita. Tão curioso como seria o futuro argentino com bolas, mãos, gols, cabeças e Deus era o fato ser infundado já que El Divino Manco Castro não tinha a mão direita.

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Foto: O gol do título uruguaio anotado por Héctor Castro.

A Taça da Copa do Mundo foi criada pelo escultor francês Abel Lafleur. Originalmente chamada de “Victoire Aux Ailes d’Or” (Vitória com Asas de Ouro), ou simplesmente “Vitória”, representada pela figura de Nice, a Deusa grega da vitória, com os braços erguidos segurando sobre a cabeça uma taça octogonal.com base de folhas de louro. Tinha 30 centímetros de altura e pesava 4 kg, sendo 1,8 kg de ouro maciço e o restante uma liga de prata. Nice está em pé sobre uma abóbada terrestre incrustada num prisma octogonal feito com base azul de lápis-lazúli. Lafleur levou 7 meses na confecção da peça.

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Foto: A Taça Vitória, primeiro objeto de desejo da história das Copas.

Foi estabelecido que a posse do troféu seria transitória, até que a primeira seleção tricampeã ficasse de posse da taça definitivamente. O campeão antes da Copa seguinte receberia uma réplica de menor valor e teria seu nome gravado em uma placa a ser adicionada na base do troféu a cada edição.

Não houve cerimônia de encerramento nesta Copa do Mundo. O troféu foi entregue somente no vestiário por Jules Rimet, ao presidente da AUF, Raúl Jude. Neste mesmo dia, os jogadores uruguaios receberam as medalhas de ouro das mãos de Abel Lafleur.

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Foto: Sem tanta pompa e circunstância na época, o presidente da Associação Uruguaia de Futebol, Raúl Jude (1891 – 1971) recebeu a Taça Vitória das mãos de Jules Rimet nos vestiários do Centenário.

Langenus e Henry após o apito final correram para os vestiários, pegaram suas bagagens e rumaram para o porto. Em vez da escolta policial exigida havia apenas um segurança civil, mas chegaram sãos e salvos ao Duílio. Porém a viagem foi adiada para a manhã seguinte devido ao forte nevoeiro que pairava em Montevidéu naquele fim de tarde. Com medo de que argentinos pudessem invadir o porto, os árbitros belgas passaram a noite escondidos nos camarotes e somente respiraram aliviados quando o navio deu partida logo aos primeiros raios de sol.

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Foto: SS Duílio, navio que levou os árbitros belgas de volta à Europa na manhã seguinte da primeira final de Copa.

Nesse momento o argentino Guillermo Stábile arrancava na frente como o maior goleador da história das Copas, com 8 gols.

Um dia após o encerramento da Copa do Mundo, o governo uruguaio da época deu a cada jogador uma casa como prêmio. O atleta que marcasse o gol do título ganharia um lindo chalé, situado no lugar mais pitoresco de Montevidéu oferecido pela Casa Picernas Construtora. Héctor Castro marcou aos 89 minutos de jogo, sacramentou a vitória celeste e conquistou o prêmio. Em todos os jornais os anfitriões foram tratados como tricampeões mundiais, já que o bicampeonato olímpico para muitos valia como uma Copa e era o campeonato organizado pela FIFA antes deste primeiro Mundial. Três atletas estiveram presentes nas três conquistas: José Andrade, Héctor Scarone e Pedro Cea. Além disso, foi decretado feriado nacional no Uruguai em plena quarta-feira de tarde.

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Foto: O Divino Manco, Héctor Castro (1904 – 1960), autor do gol que deu o título da primeira Copa ao Uruguai.

Sobre os recordes em Copas, esta sendo a primeira, claro que está recheada de primeiros feitos. Um pouco difícil nas primeiras edições é delimitar algumas idades para apontarmos técnicos e jogadores mais jovens ou mais velhos, pois os dados são bastante imprecisos daquelas épocas. Como critério, resolveu-se seguir a seguinte seqüência: Dados nas páginas dos jogadores no site da FIFA. Em caso de imprecisão, priorizou-se tirar as dúvidas nos sites Wikipédia e Zerozero, mantendo apenas essas três publicações como referência. Alguns dados podem ser atualizados, caso surja uma nova informação. Meses e dias como critério foram levantados apenas em caso de empates e levou-se em consideração inicial a idade que os jogadores e treinadores estavam até o dia da abertura da Copa. Também não se levou em conta se os jogadores apontados como recordistas temporais entraram ou não em campo, bastava fazerem parte comprovadamente do elenco de suas seleções. Assim sendo chegamos às idades recordistas até esse momento.

Técnico mais velho: Juán Luque de Serrallonga, mexicano – Seleção do México, nascido em 31 de maio de 1882 – 48 anos.

Técnico mais jovem: Juán José Tramutola, argentino – Seleção da Argentina, nascido em 21 de outubro de 1902 – 27 anos.

Jogador mais velho: Jean De Bie – Seleção da Bélgica, nascido em 18 de maio de 1892, 38 anos

Jogador mais jovem: Carlos Antônio Dobbert de Carvalho Leite – Seleção do Brasil, nascido em 25 de junho de 1912, 18 anos.

Público total de pagantes: 590.549 pessoas. Uma média de 32.808 pagantes por partida.

Com 70 gols marcados em 18 jogos, o saldo foi uma boa média para uma competição iniciante de 3,89 gols por partida.

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Foto: Selação do Uruguai, primeiros campeões mundiais. EM PÉ: Mascheroni, Nasazzi, Ballestero, Fernández, Andrade e Gestido. AGACHADOS: Dorado, Scarone, Castro, Cea e Iriarte.

CLIQUE ABAIXO PARA VER A TABELA COMPLETA.

Tabela da Copa de 1930

Texto de Marcello Pereira Borghí, sobre as fontes.


FONTES:

fifa.com

google.com

pt.wikipedia.org

globoesporte.com

oglobo.globo.com/esportes

uol.com.br/esportes

uol.com.br/trivela

terra.com.br/esportes

travinha.com.br

guia dos curiosos

mochileiro.tur.br

campeoesdofutebol.com.br

revista placar

revista lance

álbuns e guias das copas do mundo

filmes oficiais das copas do mundo

periódicos da época